quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Valsa Lenta das Tartarugas (Katherine Pancol)

Neste romance o leitor é convidado a (re)encontrar a família Cortès pois esta obra é a continuação de Os olhos amarelos dos crocodilos, o livro que catapultou Pancol para a ribalta da literatura francesa.
Esta obra continua a história das irmãs Cortés, Iris e Josephine. Se na primeira obra a diferença entre as irmãs era patente, nesta obra as diferenças esbatem-se pelo passar do tempo. De facto, podemos pensar que este é o grande denominador comum a toda a existência humana e que em última análise, o que torna todo o humano igual ao seu semelhante.
Encontramos as irmãs envoltas na sua vida: Iris com uma profunda depressão e Josephine a confrontar-se com o ser mãe, a sua vida profissional e com todo um conjunto estranho de acontecimentos no seu bairro, na forma de um assassínio.
É com mestria que Pancol descreve as personagens, a sua vida quotidiana e os seus sentimentos e pensamentos. De facto, o título não poderia ser mais alusivo ao estilo da autora. A acção desenrola-se a um ritmo lento mas constante, como o inexorável passar das horas. Cada momento na vida das personagens não é mais do que um passo no caminho que todo o humano tem de percorrer.
Apesar de tudo, importa a forma como o caminho é percorrido e se toda a narrativa é assombrada pela fragilidade da vida e da existência humana, a verdade é que o estilo de escrita e a forma de abordar as questões essenciais para a sua vida das protagonistas conseguem traduzir alguma alegria e algum humor a toda uma série de momentos que poderiam ser encarados com desesperança.
De facto, talvez um dos maiores elogios que se pode fazer a esta obra é o facto de poder ser fácil e teria sido um caminho menos complicado o afogar toda a existência humana num negro funesto de existencialismo e abandono de esperança. No entanto, através da sua escrita, a autora vai cortando o negro com alguns raios de luz que tornam o ambiente e o caminho bem mais fácil de percorrer. O leitor consegue esboçar um sorriso num ambiente que regra geral não seria convidativo ao humor.
Como referido, no fim, o caminho é comum. Importa a forma como o percorremos.




Autor: Katherine Pancol


Editora: Esfera dos Livros


Páginas: 566


Género: Romance

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