segunda-feira, 30 de abril de 2012

Destaques Quetzal

Foi lançado no passado dia 27 de Abril o livro que faz a colectânea de crónicas que Pedro Vieira foi criando para uma rúbrica com o nome do seu blogue, irmaolucia, transmitida pelo Canal Q.




Éramos felizes e não sabíamos, como é evidente. A 1 de abril de 2010, quando o irmaolucia se estreou na televisão (marginal) por cabo ao som de uma malha esgalhada pelo Vasco Palmeirim (pode-se usar “esgalhada” sem provocar cegueira?), os indícios de que o verbo “empobrecer” ia ganhar novo relevo já estavam todos à vista. Afinal, por esses dias a crónica de uma morte anunciada que é a nossa vida de todos os dias já havia deixado de ser propriedade intelectual daquele colombiano demasiado interessado nas curvas da Shakira, por oposição à estima que antes demonstrava por Macondo, quantos Aurelianos caberão naquelas ancas, por aí fora. Por oposição ao que se vive hoje e ao que se antecipa daqui em diante, éramos mais do que felizes, que saudades do Freeport, do manso é a tua tia, dos robalos e do Vara, do Santana primeiro-ministro e da vitória da Grécia no europeu de futebol, do Scolari e do José Barroso de malas aviadas para Bruxelas, do pântano guterrista, do desemprego abaixo dos dois dígitos e da primeira vitória presidencial de Aníbal Adoro Bolo-Rei Silva, altura em que Manuel Alegre era um barbudo simpático com o ego engordado em um milhão de votos e em que o Fernando Nobre era só um tipo que tinha visto demasiadas crianças, demasiados pães, demasiadas galinhas.

Sem comentários:

Enviar um comentário